30.12.06

Imagens para um eixo não relacionado

No eixo sem relação;
De repente eu me esqueci do sentido horário
O enfado do sinal vermelho
E o todo soando arbitrário
(Renata Vanucci)
Imagens por Gabriel Caram (Transcriador)
texto por Renata Vanucci:

Metamorphosis - ensaio para 5 autores

Metamorphosis I - Mario Quintana:

"Eles passarão.
Eu passarinho!"


Metamorphosis II - Philip Glass:

http://transcriar.blogspot.com/2006/12/metamorphosis-ii-philip-glass.html



Metamorphosis III - Maria Thereza :

"Quando flor é passarinho

e passarinho pode virar flor..."

Metamorphosis IV - Renata Vanucci:

http://operanobolso.blogspot.com/2006_07_01_operanobolso_archive.html


















Metamorphosis V - Gabriel Caram



Movimento é o eterno transformar
das formas na minha cabeça.









metamorphosis II philip glass:

22.12.06

Intransponivel mo-vi-mento

...


Água surge na montanha




céu perde,











terra ganha.

20.12.06

O não limite do texto - O falsear da linguagem


Discutindo o conto com o autor...

O conto vai no link abaixo, constando aqui apenas o fruto de uma conversa cujo objeto central é o texto supracitado (e linkado abaixo...tsc tsc.)



-CHIEN DE RUE... diz:
curtiu o post do patrão?
foi bem breve, mas acho que passa a sensação

-bequick! diz:
uma coisa do portugues que nao me ficou claro
quem dá o ultimo sopro de vida...?
o patrao ausente ou o sujeito que se senta à mesa do chefe?

-CHIEN DE RUE... diz:
ou nenhum?

-bequick! diz:
ficou cnfuso
confuso nao...dual

-CHIEN DE RUE... diz:
não tinha pensado nessa dualidade

-bequick! diz:
fico até doido
deu um toque de "quem matou quem?"
huhaeuhaehhaeu

-CHIEN DE RUE... diz:
hehehehehehehe
não tinha visto por esse lado, porém ficou bacana assim
verdade
é ambíguo

-bequick! diz:
eu acho que prefiro ver por esse lado que nao fecha o sentido
"O silêncio de meu algodão absorvera todo o medo contido nos golpes que não me levaram à lona."

-CHIEN DE RUE... diz:
é ambíguo
houve um confronto

-CHIEN DE RUE... diz:
mas não se sabe quem deitou

-bequick! diz:
isso que achei doido
mostra pelas entre linha um confronto

-CHIEN DE RUE... diz:
verdade
gostei ainda mais do texto
mas o melhor é que
FOI COM O MARTELO!!!

-bequick! diz:
isso fica claro tambem
alguem deitou alguem com o martelo da "justiça"
alguem bateu ele

-CHIEN DE RUE... diz:
na cabeça
hummmmmmmmmmmm

-bequick! diz:
hahahahahahahaha
e o mais legal ainda é que alguem bate o martelo só que o texto por ser ambiguo, nao é moralista...
nem define a justiça
apenas mostra ela acontecendo
da maneira natural como é

-CHIEN DE RUE... diz:
e a sirene tanto pode ser dos paramédicos quanto dos policiais

-bequick! diz:
isso eu nao tinha pensado
aeouhaeuoheauoea


-CHIEN DE RUE... diz:
"...teria eu poucos minutos (...) teria eu pouco tempo..." Não se sabe se de vida ou de fuga
o texto não tem norte, nem sul, tem meio.
e a liberdade não se sabe se é alcançada pelo fato de não mais ter que acatar as ordens do patrão, estando ele morto, ou se é de se livrar da matéria....
morrendo
ele mesmo


-bequick! diz:
doido essa tua reflexão...por que enquadra numas reflexoes minhas de que a vida nao precisa necessariamente se prender aos principios (ambiguamente,tanto das raizes quanto dos principios morais), nem fins (ambiguamente nem términos nem finalidades premeditadas.)todo o ponto de partida para mim ,assim como toda finalidade tem que estar desperta no meio
para que o caminho possa ser o mais infinito o possivel
para que voce totalize sua expressão existente e que dê voz a ela
-CHIEN DE RUE... diz:
Para que ela não se limite a abrir ou encerrar questões, e sim trabalha-las


-bequick! diz:yep

19.12.06

Momiventos

Lemos no movimento nunca o que
se-lhe sucede o começo




que descuido, esbarrão e queda
pode virar apreço





Trans-gênese de algumas raizes


Colhe no dia uns sentimentos quaisquer,
Quando palavra te busca,
Em tamanho intento de representar-se a si mesma.
Ficas absorto sem dizer nada:
Assiste passivamente ao baile das palavras
A emendar-te em pensamentos
E quando os lê, esqueçe.
...
Colhe no dia uns dizeres outros
Da matéria a se debater por entre realidades
Donde fita-te a alegria sublime
E o vão de amores deformados pelo tempo.
À margem superior numa dimensão e à margem inferior noutra:
A pulsação desse planeta caótico
Há de equilibrar-te a rotatividade de existir
...
Colhe no dia o teu ritmo
E a translatividade de tuas memórias.
Constroi com elas um cercado;
Pára tuas palavras a bailar,
Guia-te pelo cosmo o teu pensamento
E sê tua nova ordem
A enredar o caos do mundo transitório.

18.12.06

Translinear


Quando nas cores,
nas linhas e texturas,
eu apenas finjo que me encontro

Epifania da silhueta

" Quem me dera morrer então risonho,
Fitando a nebulosa do meu Sonho
E a Via-Láctea da Ilusão que passa!"

Uma imagem para Augusto dos Anjos



Revelação I


Escafandrista de insondado oceano
Sou eu que, aliando Buda ao sibarita,
Penetro a essência plásmica infinita,
— Mãe promíscua do amor e do ódio insano!
.
Sou eu que, hirto, auscultando o absconso arcano,
Por um poder de acústica esquisita,
Ouço o universo ansioso que se agita
Dentro de cada pensamento humano!
.
No abstrato abismo equóreo, em que me Inundo,
Sou eu que, revolvendo o ego profundo
E a ódio dos cérebros medonhos,
.
Restituo triunfalmente à esfera calma
Todos os cosmos que circulam na alma
Sob a forma embriológica de sonhos!
.
II

Treva e fulguração; sânie e perfume;
Massa palpável e éter; desconforto
E ataraxia feto vivo e aborto. ..
— Tudo a unidade do meu ser resume!

Sou eu que, ateando da alma o occíduo lume,
Apreendo, em cisma abismadora absorto,
A potencialidade do que é morto
E a eficácia prolífica do estrume!

Ah!Sou eu que, transpondo a escarpa
Dos limites orgânicos estreitos,
Dentro nos quais recalco em vão minha ânsia,

Sinto bater na putrescível crusta
Do tegumento que me cobre os peitos
Toda a imortalidade da Substância!

(Augusto dos anjos)

16.12.06

Cravado no tempo latente


Quando leio na fração
a intensidade do que percebo
desenhado na razão


A realidade personificada
que emerge
no éter do meu entendimento.



Consciência que espirra com o latejar do pulso bombeando as veias.

14.12.06

Transcriando - 3 tempos de um monólogo


Lógica no tempo


Transcriar é minha nova lógica, que tem a ver com re-criar, mas nem tanto. Não é apenas questão da posição das coisas, ou onde estar no momento, ou mudar.Não tem tanto a ver com a ordem dos fatos.Tem mais a ver com a congruência adquirida ,ou percebida, ou entendida, ou sei lá... Quer seja pela ordem dos fatos ou uma desconstrução deles, mas é aquilo que se cria no momento,e que exede a ele e é sempre um novo do velho e vice versa. E é não tanto o estudo dessa transcriação, por que estudar é uma secundidade e estudar é também uma nova transcriação. Tem a ver talvez mais com o impacto que o produto dessa transcriação gera.O espasmo de uma nova lógica,instantanea e sempre apta em suportar o momento do qual ela se cria.Com a caracteristica trans de gerar determinado impacto que crava no tempo e o atravessa.


Linguagem no tempo sem tempo


Em ser tudo tão instantaneo que nem damos conta, linguagem é catarse daquilo que se foi. Eu sobrevivo,e não me importo. É o modo como consigo quando o ego age em demasia. Daí a sobrevida. Acho que devo é apagar meu ego por um milésimo de segundo e deixa-lo fluir novamente.Parar o momento e depois deixa-lo ir


Transcriar no tempo


Ficamos no âmbito da busca sabendo que nunca vamos encontrar, e a viagem vale pelo caminho. Viver é não se achar. Quem sabe,no espírito talvez... mas nunca totalmente na razão. Subviver também é um recurso valido nessas horas. Não de semântica,mas de neologismo puro mesmo; e de uma nova lógica transcriando.